Mãe de paciente denuncia caos na saúde mental de Nova Iguaçu
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012Um caos total. É desta forma que Antônia Rodrigues, moradora do bairro Jardim Nova Era, na Cidade de Nova Iguaçu, define a rede municipal de saúde. Mãe de Adriano Perez Furtado, ela já foi a diversos postos de saúde do município, um inclusive a poucos metros de sua casa, a procura de um neurologista. O rapaz de 30 anos é bipolar e necessita dos cuidados de um especialista.
Sem sucesso na procura por um neurologista da rede, Antônia esteve no Conselho de Saúde, na Secretaria Municipal de Saúde e pediu encaminhamento para uma clínica particular. Mesmo assim, a tentativa foi em vão.
“A saúde mental é um caos total. Não há neurologistas nem psiquiatras no município. Já fiz denúncia ao Ministério Público e eles alegam que estão investigando o caso. Considero Nova Iguaçu uma terra sem lei onde nada funciona corretamente. É um absurdo”, desabafou a mãe de Adriano.
Além do filho, Antônia ainda ajuda a cuidar de dois sobrinhos do atual marido. Patrícia dos Santos, 19 anos, e Jéferson Celestino, 24, também apresentam problemas mentais ainda não diagnosticados. Ela já procurou especialistas que possam esclarecer o caso, mas ainda não obteve uma resposta.
“Desde quando conseguimos o atendimento de um médico especializado aqui em Nova Iguaçu? Ainda não sabemos ao certo qual o problema deles. Os dois têm a mentalidade de uma criança pequena”, disse Antônia, que revela as dificuldades vividas em casa.
“Quem cuida de alguém com este tipo de doença não pode trabalhar, não vive. Minha vida é procurar médico. Falo em nome de todas as mães que passam por isso”.
Antônia conta que Adriano tem crises diárias. A sala vazia, apenas com um sofá e um rack vazio, mostra que o filho não deixa nada inteiro quando sofre algum tipo de transtorno. O rapaz quebra tudo o que vê pela frente e, quando passa a crise, age naturalmente como se nada tivesse acontecido.
Mesmo assim, isto é o que menos preocupa Antônia. “O que me afeta não é nem meu filho em casa, mas sim o descaso e o desrespeito da rede municipal de saúde. Eles devem uma explicação à população. Fui na SEMUS no dia 6 de outubro do ano passado tentar falar com o secretário, mas nem me deixaram entrar”, lamentou.
Fonte: jornalhoje